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Heroidontia

  • Foto do escritor: Dr. Joviniano Oliveira
    Dr. Joviniano Oliveira
  • 23 de mar. de 2021
  • 3 min de leitura

Atualizado: 21 de jun. de 2022

Parece que foi ontem, mas em março de 1996, completando agora 25 anos, eu concluí minha Pós-Graduação na Hiroshima University School of Dentistry, e deixando o Japão fui direto aos Estados Unidos para fazer um curso de imersão com o Prof. Dr. Thomas J. Balshi (https://dentalimplants-usa.com/dentists-and-professional-staff/thomas-balshi/). Foi um credenciamento para habilitação e utilização dos famosos implantes suecos Nobelpharma Implant System, atualmente denominado Nobel Biocare.


O curso foi realmente excelente, mudou muito a minha visão que tinha da Implantodontia, e foi ali que ouvi pela primeira vez o termo em inglês Herodontics. Estamos acostumados a especialidades como a Ortodontia, Prótese Dentária, Endodontia, Periodontia, Odontopediatria, etc, mas o que seria mesmo a tal Heroidontia?


Ao longo do tempo, dentistas foram treinados o tempo todo para salvar dentes, mesmo aqueles em condições muito precárias. Com o advento e utilização cada vez mais frequente dos implantes há muitas situações clínicas que a manutenção de um dente com cárie extensa, mobilidade excessiva causada por doença periodontal, abscessos recorrentes e problemas endodônticos sérios pode trazer maiores dificuldades clínicas, frustração e despesas ao paciente. Um futuro tratamento com os implantes pode se tornar mais complexo por tentativas em vão de se preservar um ou outro dente que o bom julgamento clínico já o considera como perdido. O timing para a tomada de decisões assim é fundamental.


Desta forma, esse termo Heroidontia é usado para descrever medidas muito além do razoável para salvar um dente com problemas seriíssimos. Hoje, claro, com 33 anos de Odontologia, 25 anos de Implantodontia, e com os estudos ao longo do tempo que me levaram a ser Especialista em Periodontia, Prótese Dentária e Implantodontia, além de ser Mestre e Doutor em Implantodontia, tenho uma visão mais ampla sobre o prognóstico atual e as opções de tratamento de cada paciente.


O entendimento sobre quando é melhor mesmo tomar a difícil decisão de extrair um dente ou escolher o tratamento mais adequado e com maior previsibilidade a cada paciente é vista como fundamental para uma boa prática clínica. Essa decisão muitas vezes depende de avaliações interdisciplinares, de forma que outros especialistas precisam opinar sobre uma determinada condição clínica.


Há situações em que a preservação de um dente pode fazer com que o paciente necessite de uma cirurgia periodontal com remoção óssea ao redor do remanescente da raiz, retratamento endodôntico, fora a necessidade de realizar vários procedimentos protéticos. Existem vários outros exemplos, não vou me alongar aqui.


O mais importante, no entanto, é que o paciente entenda as opções apresentadas pelo seu Dentista de confiança, e tenha o devido aconselhamento sobre as possibilidades de êxito em cada tratamento. Sim, há situações que todo esforço vale a pena para salvar um dente; felizmente a Odontologia tem um arsenal de opções para fazer isso com sucesso, e tomara que essa seja sua situação no momento ou até que isso tudo seja algo muito distante da sua realidade. Melhor assim e que fique claro que nem sempre a melhor opção de tratamento é a extração seguida de implantação.


No entanto, não se pode é não perceber que houve uma mudança de paradigma nas recomendações de tratamentos, em especial em casos bem complexos. É muito importante ter uma visão de longo prazo e o profissional sempre deve se perguntar: qual a melhor abordagem para o meu paciente? Quais são os melhores e mais previsíveis tratamentos? Há evidência científica nessas escolhas? O que vai funcionar melhor para este caso?


A Odontologia moderna requer tratamentos que sejam simples, previsíveis, com bom custo-benefício, que tenham longevidade e que sejam bem-sucedidos. É tarefa de cada profissional apresentar aos pacientes as melhores possibilidades de curto, médio e longo prazo, sabendo envolver o paciente na tomada de decisões para se alcançar um tratamento com sucesso clínico. Sim, essas condutas são imprescindíveis e fazem parte de uma tomada de decisão muito importante para evitar a realização de tratamentos com poucas chances de êxito, trazendo tão somente frustração, despesas desnecessárias, dor, podendo, inclusive, dificultar a realização de outros tratamentos mais adequados para o caso. E isso não vale apenas para a Implantodontia, outras especialidades também são afetadas por isso.


Meu conselho final é que você procure um bom profissional, ouça e discuta todas as opções disponíveis e tome a decisão conjunta sobre a melhor alternativa de tratamento para o seu caso. Com todas essas informações, tenho a certeza de que as chances de se escolher o melhor tratamento serão bem maiores, e que a Heroidontia seja cada vez menos acionada.

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Responsável técnico

Dr. Joviniano Martins de Oliveira Junior

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